Você já ouviu falar no termo novo urbanismo?
É um termo que vem sendo adotado cada vez mais para caracterizar os bairros planejados e loteamentos residenciais, mas o conceito tem um pouco mais de história: foi criado há quase duas décadas.
A ideia de que o ambiente físico tem influência no nosso bem-estar e no desenvolvimento econômico das comunidades nasceu na década de 1990, nos Estados Unidos.
Falta de planejamento urbano em cidades norte-americanas impulsionou o movimento
Em 1996, diversos arquitetos lançaram a Carta do Novo Urbanismo em um congresso, um documento que estabeleceu as principais ideias e princípios que definiriam o movimento, explorando as possibilidades de desenvolvimento urbano nas cidades norte-americanas.
Entre as propostas estão evitar o espraiamento urbano sem planejamento (algo típico das grandes cidades), além de driblar a falta de investimento dos centros urbanos e a tendência de segregação das cidades entre os grupos de habitantes, evitar a degradação ambiental e o desgaste do patrimônio da cidade.
Esses eram justamente os problemas que inquietavam os profissionais de urbanismo da época, características típicas de cidades nos Estados Unidos entre as décadas de 1980 e 1990.
Com a influência de movimentos como o Traditional Neighborhood Design (TND), o New Urbanism buscou, por meio de um urbanismo coerente e integrado, recuperar as qualidades perdidas de uma cidade norte-americana tradicional, como acessibilidade, o senso de pertencimento a uma comunidade e a arquitetura urbana como uma forma de arte.
Arquitetura deve fortalecer os laços entre a comunidade
Para o novo urbanismo, a configuração e o desenho dos espaços devem gerar um senso de comunidade e proporcionar uma maior interação social entre as pessoas de uma comunidade.
A pequena distância entre as casas, ruas mais estreitas, espaços com mais de um uso ou serviço (empreendimentos mistos) e até pórticos de entrada são elementos que trazem conforto para os moradores.
A adesão de um estilo arquitetônico próprio e o uso de materiais locais são uma forma de criar ou manter a identidade do bairro ou da cidade e gerar identificação com as pessoas que vivem ali.
Antes da Segunda Guerra Mundial, o carro não era tão popular e as organizações urbanas eram mais pensadas para os pedestres. O desenvolvimento dos transportes de massa, a partir da década de 1950, aumentou o tamanho das ruas e avenidas para escoar o fluxo de automóveis.
Foi preciso reorganizar os espaços urbanos para priorizar esse fluxo, o que colocou o pedestre em um papel secundário.
Para resgatar esse protagonismo das pessoas e proporcionar uma maior qualidade de vida, é preciso adaptar os espaços.
Um bairro ou uma cidade que segue o conceito do Novo Urbanismo deve ter as seguintes características:
– A maioria das residências deve ficar a cinco minutos do centro, em um raio de 600 metros;
– As ruas devem ter distâncias caminháveis e estabelecimentos como lojas e serviços situados a poucos metros uns dos outros;
– Escolas próximas, em que as crianças possam ir a pé, sem atravessar a rua;
– Zonas de recreação e lazer acessíveis para todas as idades;
– As ruas e avenidas para circulação de veículos são classificadas como corredores e devem conectar as regiões da melhor forma possível, com diversas opções, para evitar o congestionamento;
– Estacionamentos localizados na parte de trás dos edifícios e acessados por ruas estreitas, para evitar o congestionamento;
– Locais destinados para reuniões entre os moradores, para tomarem decisões relacionadas ao espaço em que vivem (autogestão).
Há alguns exemplos que podemos citar de cidades criadas ou repaginadas dentro desse conceito. Seaside, na Flórida, que serviu como cenário do filme O Show de Truman, o Show da Vida, é uma delas.
Em Copenhague, capital da Dinamarca, é possível identificar algumas características do novo urbanismo, já que a cidade tornou-se menos orientada para carros ao longo dos anos. Lotes de estacionamento foram transformados em praças públicas e a prefeitura incentiva o uso da bicicleta como principal meio de transporte.
Outro exemplo é a cidade universitária de Pedra Branca, em Santa Catarina, que começou a ser construída em 1997: prioriza o deslocamento a pé, de bicicleta ou com transporte público e as quadras foram planejadas para abrigar serviços que se complementam.
Novo Urbanismo aplicado a empreendimentos
O projeto arquitetônico do Real Parque, empreendimento da Real Urbanismo, em Florianópolis, leva em conta diversas características do Novo Urbanismo.
A infraestrutura, o mobiliário urbano e as áreas verdes são organizados de forma criativa e otimizada, para que os moradores tenham segurança e qualidade de vida. As ruas planas e a proximidade de lojas e serviços priorizam o pedestre, facilitando o deslocamento a pé.
Ainda, o bairro foi planejado para causar o mínimo impacto no meio ambiente. O projeto paisagístico prevê a plantação de árvores nativas e frutíferas, que atraem a fauna local, integrando o empreendimento ao ecossistema da região e as árvores que já existiam foram realocadas.
O projeto prevê também a construção de um lago artificial e uma cisterna viva, que captará a água da chuva, que será usada na irrigação dos jardins do empreendimento.
As opções de lazer e descanso como redário, anfiteatro ao ar livre, passeio das águas e o espaço para piqueniques são exemplos de espaços públicos que propõem a interação de pessoas de diferentes faixas etárias, ao mesmo tempo em que fortalece os laços entre os moradores locais.
Para saber mais sobre o Real Parque Novo Norte e entender mais sobre o conceito de Novo Urbanismo, acesse o site da Real Urbansimo.